Em primeiro lugar é bom esclarecermos o que entendemos por humor.
O Dicionário Aurélio apresenta algumas pistas interessantes:
- Disposição de espírito.
- Veia cômica, graça, espírito.
- Capacidade de perceber, apreciar ou expressar o que é cômico ou divertido.
Então, já começou a ficar claro que ter humor não é saber contar piadas, embora isso possa ajudar. Ter humor é muito mais! É uma disposição de espírito, é uma capacidade de nos tornarmos agradáveis e de criarmos, ao nosso redor, um ambiente agradável.
UMA EVIDÊNCIA
A escritora Lya Luft, em artigo recente, afirma que se deu conta de que falta alegria em nossas vidas. Não paramos de reclamar, e os motivos não faltam: os impostos, o custo de vida, o desemprego, a violência, a falsidade de alguém em quem confiávamos tanto, a velhice complicada dos pais, a pouca autoridade das autoridades, a nossa própria indecisão...
A palavra alegria está até com cheiro de mofo... Tanta coisa grave acontecendo, tanta tragédia... - Eu acho que uma das coisas que andam faltando, além de emprego, decência e tanta coisa mais, é alegria. A gente se diverte pouco. Andamos com pouco bom humor. Érico Veríssimo certa vez me disse: - “Lya, em certos momentos o que nos salva nem é o amor, é o humor”.
Um sorriso terno, em meio a toda a crueldade, falsidade, hipocrisia, violência de acusações, de calúnias, de corrupção escandalosa, de desagregação familiar melancólica, de mentira secreta e venenosa..., pode nos confortar e devolver
a esperança.
UMA HISTÓRIA
Quinze anos antes, ele havia recebido o diagnóstico de que era vítima de uma doença degenerativa que ataca a coluna vertebral: restavam poucos meses de vida. Depois de passar um tempo no hospital, já com o corpo quase todo paralisado, Cousins se deu alta, contratou uma enfermeira e se mudou para um hotel.
Norman recebia visita de amigos. todas as tardes. Eles conversavam, jogavam cartas e assistiam a comédias na televisão. Cousins percebeu que, depois de cada um desses momentos agradáveis, ele dormia melhor, comia com mais apetite e ganhava ânimo para a fisioterapia. Cousins conseguiu uma sobrevida espantosa. Morreu aos 75 anos, em 1990.
Os sentimentos positivos, ao facilitar o relacionamento entre as pessoas, têm um efeito multiplicador. Uma convivência tranqüila com parentes e amigos e um casamento feliz fazem um bem danado à saúde. “A alegria dilata e aquece o organismo”, diziam os médicos do século XVI. Já “a tristeza contrai e esfria o corpo”QUAL É O SEGREDO?
Uma outra história ilustra ainda mais o que queremos mostrar. O maior orgulho de Paulo Jacoboski, 66 anos, operador de máquinas e motorista de caminhão, é ter trabalhado 28 anos na prefeitura de Massaranduba (SC) sem nem um dia sequer de salário descontado por falta ou doença! Mas, aposentado, viu seu salário sumir dia após dia. A mulher, Irena, também se aposentou, como trabalhadora rural.
Com a filha única crescida, o casal decidiu que não dava para ficar em casa descansando. Então preencheram o tempo com uma atividade bastante pesada para quem já passou da juventude. Hoje, Paulo e Irena são bananicultores, cuidando, sozinhos, de 5,4 mil pés de banana. Eles trabalham sempre juntos.
Nas poucas horas de descanso, o casal aproveita para participar das atividades de um grupo de idosos, em Blumenau-SC. - O segredo da vida é esse: trabalhar e se divertir. Não se pode só fazer uma coisa ou outra - ensina o casal com a autoridade de quem sabe fazer bem as duas coisas.
O HUMOR E O AMOR
Não tenho dúvida de que você percebeu como o humor e a alegria são importantes para o namoro, o casamento e o relacionamento em geral. Isso vale para todos, não somente para o extrovertidos. Conheço muitos casais tímidos que conseguiram construir um lar com muita alegria.
Ser bem humorado conta muitos pontos. Já foi o tempo em que era obrigação agüentar o mau humor do namorado. Ter humor e alegria faz bem para a saúde do bem humorado e para quem convive com ele!
No entanto, aqui entra uma observação importante. Muitas vezes usamos a express ão: encontrar um namorado/marido perfeito; ou namorada/esposa perfeita. Este é um dos nossos erros. Talvez seria mais correto dizer: tornar-me eu mesmo um namorado/ marido bom.
E, com absoluta certeza, um dos ingredientes básicos para isso é o senso de humor. Na relação a dois, só o amor não basta. Uma dose de senso de humor é fundamental. Na vida cotidiana, os grandes problemas não são tantos. Mesmo assim, muita gente gasta uma quantidade incrível de tempo e de energia vivendo como se a cada momento fosse acontecer um desastre.
Ser capaz de rir de si mesmo, das próprias fraquezas, da falta de jeito diante dos imprevistos, rir junto com o companheiro das trapalhadas da vida é importantíssimo num casamento. É preciso aprender a achar graça das nossas próprias loucuras e das loucuras do outro.
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